1.O governo de Sócrates proclama-se o arauto da tolerância, apoiando a liberalização do aborto, e prepara-se agora para fazer passar legislação da Assembleia da República que altere o Código Civil no sentido da equiparação da união-de-facto ao matrimónio, só para que as duplas de homossexuais possam adoptar crianças, não só crianças progénitas, mas recorrendo também a instituições públicas de acolhimento de crianças como a Casa Pia – isto no caso de Sócrates ser eleito para uma segunda legislatura. Contudo, o governo “tolerante” de Sócrates acaba de meter em tribunal a Ordem dos Médicos, porque esta não alterou os seus estatutos deontológicos no sentido de acomodar a “tolerância” do governo em relação ao aborto. Como sabemos, os médicos fazem tradicionalmente o “juramento de Hipócrates”, e esse juramento faz parte do estatuto da Ordem dos Médicos que o governo – “tolerantemente” – pretende alterar por via da força do Poder que detém.
2.O que Sócrates nos demonstra é que a “tolerância” se impõe pela força, e neste caso, a “tolerância” dele. Isto significa que nós passamos a ter toda a legitimidade para impor a nossa “tolerância” pela força também, sendo certo que a nossa “tolerância” é diferente da dele. A guerra está aberta, tendem-se a agudizar os conflitos, e que Sócrates não pense que vão ser “favas contadas”, como aconteceu com o seu “curso” de “engenharia” na UNI.
Se calhar, o problema de Sócrates não passa só pelo seu “cursinho à pressão”, mas talvez lhe faça falta alguma formação em humanísticas; o nosso grande problema é que temos um primeiro-ministro com o 7º ano dos liceus (Será que ele tem mesmo? Se mexermos muito na “coisa”, ainda vamos descobrir qualquer marosca na sua escola primária).
3.”Tolerância” não é “permissividade”. “Tolerar” significa “suportar” uma realidade que para nós é negativa, mas que por diversos motivos, não resulta que seja conveniente eliminar. “Tolerar” significa ter uma ideia clara do que é “errado” e do que é “certo”, do que é moralmente bom e do que é moralmente mau – sendo certo que a moral resulta de uma Ética que tem que ser sempre universal, isto é, uma ética aplicável a todos, sob pena da sociedade se dissolver caso não exista uma ética universal baseada no conceito aristotélico da Razão do “justo-meio”.
A quem beneficia o altíssimo preço que Sócrates nos pretende fazer pagar a todos nós pelo seu conceito de “tolerância”? É evidente que se todas as condutas e comportamentos forem legalmente equiparados e considerados como sendo iguais, o que se pretende é abolir as diferenças entre o bom comportamento e o mau comportamento dos cidadãos. E depois aguentamo-nos com o aumento da violência nas ruas, com o aumento dos assassinatos à “Al Capone”, com o aumento do tráfico e consumo de drogas, com o aumento da SIDA, com a necessidade de dar vacinas (ineficazes) contra o vírus do HPV a meninas com oito anos, com o aumento do crime económico porque a polícia foi limitada na sua acção por via do novo CP, etc., – tudo em nome da “tolerância” e dos “direitos” das minorias que controlam o Poder, em detrimento dos direitos da maioria.
4.A verdadeira tolerância nasce da convicção interior de que quando lidamos com pessoas diferentes de nós, esse convívio pode – em princípio – enriquecer-nos, porque faz de nós mais humanos, embora não possamos partilhar dos seus modos de vida e das suas ideias. O respeito pelo ser humano é um imperativo ético, mas devemos exigir que esse respeito seja correspondido; não podemos ser só nós a respeitar quem não nos respeita. Por isso, quando o objecto da tolerância são as opiniões e as atitudes exibidas em público em forma de propaganda política, já não podemos apelar à nossa virtude, já não podemos apelar à nossa tolerância, mas somos forçados a tratar o assunto como um problema político. É o que tenho feito neste blogue, e todos temos o dever de não calar a nossa opinião; não deixes que outros decidam por ti.
5.A adopção é concebida para dar uma família a uma criança, e não para dar uma criança a uma família. O casamento, a adopção de crianças e a assistência médica à procriação são inseparáveis.
Estudos realizados com crianças educadas no seio de duplas de pessoas do mesmo sexo concluíram que a ausência de mãe ou de pai é negativa para as crianças. Mesmo quando o pai e a mãe se divorciam, as crianças têm sempre consciência da sua origem e crescem ligados emocionalmente à mãe e ao pai, e a negação deste direito às crianças é uma barbaridade moderna. Vamos pôr a Psicologia e Psiquiatria Infantil a explicar-nos estes assuntos; não deixemos que a política se substitua à ciência.
Não podemos aceitar um princípio legal que determine que uma criança possa ser adoptada sem que critérios muito rigorosos estejam presentes na adopção – e um deles, é o de que a criança precisa de uma mãe e de um pai. Não nos podemos calar perante a agenda política de Sócrates; não nos podemos esquecer que foi com Sócrates que as investigações policiais do processo de pedofilia da Casa Pia foram travadas por via do Poder político.
6.Vamos entrar brevemente num período de eleições, e precisamos de saber o que pensam da adopção de crianças progénitas (filhos biológicos) e não-progénitas, os políticos como Jerónimo de Sousa, Luís Filipe Menezes, Paulo Portas e Manuel Monteiro. Vamos exigir que estes políticos digam o que pensam sobre esta matéria, para além da equiparação das uniões-de-facto (definidas pela lei 7/2001) ao matrimónio que permitiria automaticamente a adopção de crianças.
Não podemos transformar as crianças em ratos de laboratório das experiências de “engenharia social” que pretendem acomodar na sociedade todo e qualquer interesse dos adultos, desprezando os interesses das crianças. Quando uma sociedade passa a defender os interesses dos mais fortes em vez de ter em devida conta os interesses dos mais fracos, deixa de ser uma sociedade tolerante para ser a intolerância institucionalizada pelo poder político controlado por uma elite cultural.